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Eficiencia, entendida aqui entre nós como menos desperdícios.

Convivemos com um desperdício incompreensível para um País onde muitas pessoas vivem em situação de risco. Dentre eles, meu foco é a melhoria de desempenho das redes de infra-estrutura urbana. Sòmente na área do Saneamento Básico, que se considera a rede de água, esgoto, drenagem e a coleta e tratamento do lixo, melhorias na qualidade de vida que se estima em R$1 Bilhão/ano foi registrada pela FGV-Fundação GetúlioVargas e Instituto Tatra ( julho, 2010), além de evitar a morte de mais de 1.000 pessoas. A rede de vias públicas insuficientes e com manutenção precária, afeta o sistema de transportes de materiais e de pessoas, com congestionamentos, poluição, desperdício de energia e principalmente consumindo o tempo das pessoas que poderia ser dedicado à sua melhoria de qualidade de vida.

Eficiencia, entendida aqui entre nós como menos desperdícios.

Convivemos com um desperdício incompreensível para um País onde muitas pessoas vivem em situação de risco. Dentre eles, meu foco é a melhoria de desempenho das redes de infra-estrutura urbana. Sòmente na área do Saneamento Básico, que se considera a rede de água, esgoto, drenagem e a coleta e tratamento do lixo, melhorias na qualidade de vida que se estima em R$1 Bilhão/ano foi registrada pela FGV-Fundação GetúlioVargas e Instituto Tatra ( julho, 2010), além de evitar a morte de mais de 1.000 pessoas. A rede de vias públicas insuficientes e com manutenção precária, afeta o sistema de transportes de materiais e de pessoas, com congestionamentos, poluição, desperdício de energia e principalmente consumindo o tempo das pessoas que poderia ser dedicado à sua melhoria de qualidade de vida.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

RODOVIAS URBANAS - Urban Highway in Saskatchewan, Canada

Urban Highway Connector Program


Saskatchewan's population and business activity is increasingly centered in cities and larger towns. These urban communities serve as key collection and interchange points where export bound products trucked along rural highways are linked to national and international transportation corridors.
Urban connectors form an essential part of both the national and provincial transportation system. Efficiencies and the public interest are best served by the free flow of traffic, including travel on urban connectors. Producers and shippers cannot afford delays in urban areas caused by transportation bottlenecks.
The Urban Highway Connector policy recognizes that our urban communities play an important role in the provincial economy as generators of economic activity. Urban communities serve as key collection points where manufactured goods are warehoused and shipped by truck or rail to and from gateway ports.
The policy provides a framework for funding urban highway connectors based on the provincial interest and is built on several guiding principles:

Equitable treatment of all urban municipalities;
•Transparent and consistent policy framework;
•Reduced traffic congestion in and around urban centres;
•Enhanced traffic safety in urban areas;
•Improved corridor continuity and level of service on urban connectors
•Enhanced planning to meet future transportation demand; and
•Targeted resources to maximize benefits for the provincial economy.

The investment in urban connectors will reduce the cost of doing business and make Saskatchewan more attractive to investors. As well, it will improve quality of life through improved access and mobility for urban residents.
Urban Municipality Community Summaries
The following communities are listed alphabetically with an UHCP map, provincial interest map and a summary for each municipality that is eligible.

Related Documents

UHCP Rehabilitation Projects - Application Form
Under the Ministry of Highways and Infrastructure (MHI) Urban Highway Connector Program (UHCP), eligible urban municipalities may apply for funding for rehabilitation projects.
uhcp-application.pdf ( 31.4 KB )
UHCP Operation and Maintenance Grant Affidavit
uhcp-affidavit.doc ( 29.5 KB )
UHCP Rehabilitation Projects - Application Form (Word Document)
uhcp-application.doc ( 87 KB )
UHCP Rehabilitation Projects - Consultants Report on Prioritization Methodologies
Final Report prepared by AECOM Canada Ltd.
uhcp-methodolgies.pdf ( 721.2 KB )
UHCP Rehabilitation Projects - Summary of Prioritization Criteria and Processes

Nota:
Interessante esse programa de conexões urbanas com as rodovias, da Secretaria de Rodovias e Infra-estruturas.
A visão que temos da necessidade das cidades serem dotadas, não apenas de vias expressas ou avenidas de grande porte, mas de rodovias conectadas à grande rede estadual e nacional, por um lado, e por outro a grandes centros de distribuição e terminais de carga para diferentes modais de transporte. O que temos hoje é uma conexão deficiente, pois as avenidas e vias expressas urbanas acabam conectando-se com as rodovias interestaduais e intermunicipais, tendo, muitas vêzes os depósitos ( terminais de carga particulares e publicos) acessado pelas vias urbanas, no miolo da área urbanizada.
Os terminais de carga, centrais de distribuição, depósitos ou sede de transportadoras teriam maior eficiencia se as rodovias rurais, rodovias urbanas, e vias de acesso estivessem interligadas. Num esquema elementar, seria algo parecido com os tramos e as uvas de um cacho de uva, sendo os tramos as vias ( rodovia urbana e avenidas de acesso), as uvas os depositos. E o caule da parreira seria a rede intermunicipal, interestadual e internacional rodoviaria.
Como já escrevi anteriormente, a evolução tecnológica da engenharia civil permite que se façam os leitos rodoviarios e ferroviarios com traçados e perfis ( planta e cortes) praticamente iguais. Os novos perfis das estradas rodo e ferroviarios, podem ter sido em consequencia de exigências ambientais, pois : a) evitar cortes e aterros, tendendo portanto a evitar os leitos ao nível do solo; b) evitar interferências com fluxos naturais como os caminhos de água, caminhos de animais selvagens; c) evitar impactos a sitios naturalmente frágeis. Ao atender essas condições, os engenheiros optaram por estruturas aéreas e subterrâneas, mas seguindo critérios não-rodoviários, pois os trechos aéreos foram escolhidos para minimizar impactos na superfície do solo ( desmatamentos, cortes ou aterros), e a estrutura subterrânea, ou em túnel, escolhida para os trechos onde o impacto ambiental tendesse a zero.
Mais que traçar rodovias urbanas, essas estruturas rodoviarias poderiam estar relacionadas ao tipo de veiculo. As rodovias urbanas podem estabelecer que seriam para o uso exclusivo para veículos leves ( automoveis e camionetes até 2 Toneladas de carga), carroceria tipo baú fechado, combustivel não poluente ( alcool, gas natural), entre outras caracteristicas.
As rodovias urbanas compartilhariam o leito carroçavel com os trilhos de Tramway ou VLT, para transporte de passageiros ou de cargas ( periodo da madrugada). Compartilhariam também com redes de cabos e tubulações diversas, assim como com estações de rebaixamento de energia, estações de tratamento de agua, de esgoto e depositos diversos de uso publico.
As rodovias urbanas seriam entubadas, reduzindo o ruido emitido para o entorno, e por outro lado, possibilitando a geração de energia eletrica e a captação e reservação de agua de chuva .

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

'DICAS' PARA ESCAPAR DA EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS DO ARQUITETO,

O pedreiro sumiu. E levou os "rabiscos"que um
amigo construtor tinha feito num "happy hour", e que nem
deixou nome ou celular... será que o vizinho de mesa
de outro bar, que disse ser Arquiteto poderia dar
continuidade?... E agora?


ENFIM, A TABELA : ( aceitamos sugestões)


SERVIÇOS GERAIS, POR TIPOS DE ABORDAGEM:
- Dar um "palpite":............................................................. R$ 1.500,00.
- Só "trocar umas idéias":............................................... R$ 1.500,00.
- Comprei uma chácara, só preciso de "orientações" no jardim:..... R$ 2.600,00.
- Eu vou lá só para pescar, tá quase pronta a pousada, mas quero discutir só um "detalhezinho": R$ 1.500,00.
- Fica numa ilha de fácil acesso: ......................( acrescentar )..R$ 2.500,00.
Em 03 dias a gente vai e volta, viagem por minha conta: ( mais ) R$ 7.500,00.
- O piso que você especificou era muito caro, comprei outro... ou 'o pedreiro tá reclamando' ou 'está ficando um horror' ou 'estou perdendo dinheiro' ou 'dá uma passadinha lá para ver qual é o "problema" ': .......R$ 1.000,00.
( Obs :o arquiteto não é culpado pela mudança da especificação)
- A obra tá pronta, é só para dar umas "dicas" no jardim: ........R$ 1.800,00.
- E nas cores da fachada:............................................................... mais R$ 1.000,00.
( Dependendo do grau de relacionamento com o tal “cliente”, acrescentar, pelo desaforo, a taxa de desrespeito ) de .................R$ 1.000,00
- Quero e tem que ser você !!! Afinal você é meu parente!!! COBRAR ......... O dobro!!! - Preciso só de um "quebra-galho", um "ajustezinho": COBRAR........ O triplo!!!
( Obs.: Se ele não desistir, pelo menos compensa o desaforo de ser considerado “quebra-galho” ).
- Tenho pressa, serviço prá ontem:.................................................. R$ + 75%!!!
CASAS
- Meu sobrinho é estudante. Ele já "desenhou". Só preciso que Você dê uma "olhada" no "projeto":......... R$ 5.000,00 - Só pela olhada .
Para consertar a cagada............................................................... R$10.000,00
- Eu cuido de todo o resto, só preciso de um "rabisco da planta" e das fachadas ( Ou seja: fazer o projeto todo )................... R$ 36.000,00
- Nem "precisei" de projeto, já tô erguendo à casa, só quero uns "palpites": ( O certo é não aceitar, mas se quiser se aporrinhar )...........R$ 23.900,00 - Já tô terminando a casa, tem umas coisas que queria mudar e depois só fazer o "desenho", pois o fiscal já passou na obra disse que tem uns recuos errados. Eu não sei... Ele não aceitou uma grana por fora que "ofereci" !!! : ( O certo é não aceitar, mas se quiser se aporrinhar e regularizar toda a situação, é o valor de projeto novo )............................... R$ 36.000,00

- Foi um amigo meu que fez as "plantas", mas agora que ergui as paredes minha mulher não gostou, quer mudar umas "coisinhas": .............R$ 13.000,00. ( Obs.:Se você não estiver fazendo nada vai lá para se divertir um pouco ...)
- Minha mulher viu numa revista e quer fazer igual, "tá fácil", tem bastante "fotos": Só para ver as fotos....................R$ 8.000,00
Para fazer o projeto : utilize os valores acima referidos
- Eu sei que o projeto já tá aprovado, mas minha cunhada deu uns palpites que a gente acha legal mudar:
Na ausência da cunhada..............................................................R$ 6.000,00 ( Para ouvir as idéias da tal cunhada, ao vivo, acrescentar taxa “cunhada esperta e tagarela” )................. + 100%
- O projeto tá aprovado e a obra na metade, mas meu cunhado deu uns palpites muito bons (ele entende): Cobrar mesmos valores anteriores mais 50% de taxa porque o cunhado “ENTENDIDO” costuma ser abusado e nos dar tapinhas nas costas e perguntar : “ E ai? Gostou da idéia ? " - Acima de oito tapinhas ( média nacional ): Mais.........................R$ 5.000,00.
- Comprei a casa pronta, mas antes de mudar queria que você fosse lá comigo para ver se preciso "mexer" em "alguma" coisa: ............. R$ 1.800,00. ( Este valor somente para o caso de ele levar o arquiteto no carro dele e servir um bom uísque durante o papo - IMPORTANTE: Não mude nada e concorde com tudo )
- Minha mulher só quer mudar uns "detalhezinhos": Mesmas condições e recomendações do item anterior.
- Minha cunhada vai junto: Taxa extra de cunhada palpiteira:....................R$ 2.500,00.
- Não, não precisa acompanhar a obra, é só dar uma "passadinha" quando a 'gente' chamar: ........ R$ 1.500,00. Obs.: Essa é uma taxa única para cada “passadinha” ( que duram manhãs ou tardes inteiras e geram muitos desenhos e detalhes, que deverão ser pagos à parte )
- Fiz o projeto com "outro", o "preço" dele era bom, mas preciso dar uma mudada numas coisas e não quero falar com ele "de novo":.................. R$ 6.000,00.
- A casa já tá na metade:...................................... R$12.000,00
- Se arrependimento matasse!!:.....................................................R$18.000,00 - Tudo isso se o “outro” ( seu colega ) autorizar por escrito a sua intromissão, registrado no CREA ( Melhor recusar, pois certamente ele não pagou o “outro”)
- Quero que você "faça" minha casa, mas como sou muito seu amigo você vai só cobrar os custos, não é?:...................... R$ 36.000,00. ( Ou seja : mesmo preço para qualquer cliente. Amigos, amigos, “business” à parte... Somos profissionais. E talentosos...
- Como sou parente, você vai fazer um preço "para família": ...... R$ 72.000,00 ( Se não puder cair fora, é aplicada a taxa-parente de 100% )
- Afinal sou seu cunhado !!!: É fria. Aplicar a taxa-cunhado, que afinal não é parente: + 50% sobre o item anterior.
- Tá certo que o projeto tá aprovado, mas fiz um churrasco lá em casa e mostrei o projeto para toda a família e para uns amigos..E eles estão achando isso ou aquilo:...........R$ 5.000,00 ( Para cada modificação fundamental com a qual você possa, razoavelmente , concordar .
- Comprei uma fazenda e preciso fazer a sede, é simples, lá não tem que "aprovar plantas na Prefeitura". É tudo gente nossa, amigos de meu pai. Só quero uns “rabiscos” seus. Lá tenho um pedreiro ótimo:..............................R$ 36.000,00 ( Mais as taxas de viagens ). Obs: Verificar a necessidade de aplicar taxa extra sobre a possibilidade de ter que suportar musica sertaneja durante as viagens.
- Mas só posso pagar em gado ou soja: Proponha sociedade na fazenda. Se ele não desistir, estipule uma taxa de 50% sobre o valor da cada cabeça de gado ou saca de soja a receber, a título de “despesas de transporte e comercialização”. Trate-o no mesmo nível do escambo que ele sugeriu: proponha que ele lhe pague entregando aquela camionete PAJERO que ele ostenta. Se o “cliente” encher o saco ou aborrecer-se com sua proposta: Denuncie-o à Receita Federal. No mínimo deve estar sonegando.

EDIFÍCIOS:
- Tô reformando o apartamento, quero que dê uma "olhadinha":.....R$ 1.500,00
- Minha mulher não gostou do que o pedreiro e o encanador fizeram no banheiro, veja se tem jeito de "consertar": É fria, mas, vá lá..................R$ 3.000,00.
- É só uma "mudadinha", vou aproveitar a laje de cobertura do meu apartamento para fazer "tipo" duplex: Só para analisar a possibilidade.......................................................R$ 5.000,00
- Sei que já tá aprovado, mas é só uma mudança no prédio: o pavimento tipo vai passar de 2 para 4 por andar, o resto não muda nada!: Só para analisar a possibilidade:..................R$15.000,00
- O projeto é "nosso" mesmo, e o prédio tá quase pronto, só queremos que você dê um "palpite" nas fachadas:..................R$ 15.000,00
- A comissão de representantes do Condomínio quer uma reunião antes : É fria. Estipule honorários em EUROS ou LIBRAS. Leve advogado. Pelo amor de Deus, não vá armado. Grave tudo.
-Como? Só o "desenho" das fachadas tudo isso! Então tira o "desenho" e "só" diz as cores e o acabamento:..................... R$ 25.000,00 ( O valor foi exorbitado para que eles não aceitem e você possa cair fora da fria. Se aceitarem... Aleluia !!! )
- A reforma do apartamento tá pronta, mas a cama do meu quarto não cabe junto com os armários. Dá uma "olhadinha" para ver se tem como "acertar" isso. ( Na gozação proponha que o casal durma em camas e quartos separadas. Se ele aceitar a brincadeira é porque é boa gente. Resolva o problema e cobre uma taxa-burrice, simbólica, de .... .R$ 3.000,00
E, POR FIM , A MÁXIMA :
- “ME COBRA BARATINHO PORQUE ESSE PROJETO VAI SERVIR DE PROPAGANDA PARA VOCE. COLOCAREI A PLACA NA OBRA COM O SEU NOME . TENHO MUITOS AMIGOS E POSSO INDICAR SEUS SERVIÇOS ( Com quase quarenta anos de profissão ouço essa da “propaganda para você” quase sempre. Nós merecemos ??? )
OPÇÃO 01 :
Proponha que ele elimine a placa porque você mesmo vai colocá-la, pois que é obrigatória, e que, em troca, ele patrocine uma publicidade do seu trabalho de arquiteto em uma página inteira ( lado impar, em cores ) na VEJA, ou outra revista de igual importância e, também, uma quarta página no jornal de maior circulação da cidade, no domingo.
OPÇÃO 02 :
Mande-o para AQUELE LUGAR que você sempre quis mandá-lo, com todos os “éfes e erres” e pense bem se quer continuar sendo arquiteto.
OPÇÃO 03:
Tente mudar de vida enquanto ainda é tempo: Abra um bar ou um restaurante, como muitos já fizeram, e vá ouvir desaforos de outras freguesias ( ou, melhor ainda, abra um 'puteiro', onde dificilmente ouvirá tais desaforos

Enviado pela nossa colega Arq. Claudia Pires, pres, IAB-MG. em 25-02-2010.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

LEITURAS, BONDES, ENCHENTES E CONGESTIONAMENTOS

Andei lendo bastante nestes dias. Um livro que a Yoshie me emprestou, a Monja Coen, de Neusa Steiner, revista do Instituto de Engenharia, revista sobre ferrovias, jornais, etc.
Dessas leituras, fico às vêzes pensando numa frase de um assunto diferente, que diz: O que vc tem se deve às coisas que vc deixou de ter. E no paralelo, penso: o que eu li se deve a o que deixei de ler.
O tempo é um só. Fico muitas vêzes indignado com o tempo que desperdiço, fazendo coisas realmente improdutivas. Mas não posso dizer inúteis, como quando me proponho a ficar arrancando hervas daninhas do gramado ou da área com pedriscos, lá da casa de S.A. Pinhal ( que nem é minha, é alugada). Fico de cócoras, às vêzes até uma hora, até me cansar de ficar naquela posição. Olho o gramado sem os capins e o pedrisco limpo, e fico satisfeito. No fundo, entendo aquilo que fiz como uma ginástica... que ginástica, com direito a um suco ou sorvete.
Fiquei satisfeito de saber que a Dersa tem um grupo que praticamente define o traçado menos danoso ambientalmente, e depois entra a engenharia rodoviaria propriamente dita. E que ela encontra várias instancias de controle ambiental, e que conseguiu dividir as responsabilidades, por exemplo, ficando o Federal com o assunto dos Indigenas, da Mata Atlantica e um outro item. E que o trecho Norte do Rodoanel terá muitos trechos em túneis. Não sou favorável aos túneis, apesar do Engenheiro Jorge Saraiva da Lenec de Portugal ter enviado um e-mail para mim discordando do que coloquei num artigo defendendo a estrutura aérea. Segundo ele, quem gosta de estrutura aérea são os politicos, pois é obra de grande visibilidade, e nem sempre embeleza a paisagem.
Eu diria que quem gosta de túnel são os empreiteiros pois são obras cheias de surpresas, como os próprios técnicos especialistas, num seminário do IPT, afirmaram.
Efim, espero ter tempo para voltar a escrever mais amiúde.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

INUNDAÇÃO E ILHA DE CALOR - Por Eng. Plinio Tomaz

Recebi este texto muito simples e interessante. Obrigado Plinio, estou divulgando.

As enchentes e o período de retorno


Um dos grandes problemas para o controle de enchentes, é definir a
probabilidade das precipitações com que vamos dimensionar as obras de

microdrenagem e macrodrenagem.

Os hidrologistas chamam isto de freqüência ou período de retorno.

O período de retorno de 100anos, significa que temos a

probabilidade de 1% em um ano, de que a obra que dimensionamos, não

suportará a vazão de projeto.

O dimensionamento de rios e córregos deve ser feitos para período

de retorno de 100anos. Isto foi feito no Japão logo após a 2ª guerra mundial

e nos Estados Unidos em 1976.

No Brasil podemos observar, que em muitos rios e córregos não

foram dimensionados para período de retorno de 100anos e causam

inundações frequentes (culpando São Pedro, que não tem nada a ver com

isto).

Nos países mais adiantados, quando um lote de terreno é comprado

para construir uma casa e se encontra próximo a um rio ou córrego, a

prefeitura fornece ao proprietário um mapa indicando até onde chega a

água de inundação devido ao período de retorno de 100anos: é o mapa da

curva dos 100anos.

Quando você vê que o seu lote está dentro da curva dos 100anos, é

obrigatório que se faça o seguro da casa e que atenda a algumas leis

municipais que obrigam que os objetos de valor estejam no andar superior

da casa.

Aqui no Brasil é comum as subhabitações de madeira construídas

perto dos córregos e rios, e o poder público faz construção de alvenaria de

tijolos dentro da curva dos 100anos de inundação.

O aumento do período do retorno não significa o aumento no custo

da obra. Assim se tomarmos período de retorno de 100anos ao invés de 25

anos, o custo da obra aumentará até 50%, com a vantagem de oferecer mais

segurança de vidas humanas e bens materiais.

2

Um outro problema é a enchente localizada, devido as galerias de

águas pluviais, ou seja, a microdrenagem e que geralmente está

subdimensionada ou não foi objeto de manutenção.

Há muitos anos usava-se em microdrenagem, período de retorno de 2

ou 5 anos e, os mais cautelosos, usavam 10anos. Várias ruas centrais de

São Paulo foram calculadas com período de retorno de 10anos.

Um novo fenômeno começou a agir nas cidades acima de

100.000habitantes que é a “Ilha de Calor”. O sol, ao atingir o asfalto e

prédios, faz com que haja um aumento da temperatura das cidades em mais

de 10ºC em relação aos sítios da periferia. Este aumento da temperatura faz

com que as intensidades das chuvas de curta duração: 5 a 15min, aumentem

consideravelmente. Isto causa problema nos dimensionamentos das calhas,

condutores horizontais e verticais e no sistema de microdrenagem. A “Ilha

de Calor” é uma mudança climática local e não faz parte das mudanças

climáticas gerais que não estamos levando em conta devido às incertezas

existentes para o Brasil.

A solução em microdrenagem é usar período de retorno mínimo de

25anos e, conforme o lugar, onde há hospitais e prédios públicos

importantes, o período de retorno poderá ser aumentado até 50anos.

A impermeabilização dos solos causou um grande impacto nas

cidades com aumentos das vazões, diminuição da vazão base dos rios e

impactos negativos no ecossistema aquático.

O objetivo dos países desenvolvidos é fazer obras para voltar ao

ciclo hidrológico natural, isto é, fazer com que a água se infiltre no solo,

compensando assim as áreas impermeabilizadas e que o escoamento

superficial seja detido ao nível do pré-desenvolvimento. Embora pareça um

sonho, já dispomos de tecnologia adequada para isto como trincheiras de

infiltração, bacia de infiltração, reservatórios de detenção estendido e

outras técnicas.

A tendência moderna no manejo de águas pluviais é controlar a

quantidade de água e a qualidade da água, tendo em vista a melhoria do

ecossistema aquático. Salientamos também a importância da melhoria da

qualidade das águas pluviais e não só o controle da quantidade.

3

Outra técnica muito antiga usada pelos chineses, é o reservatório de

detenção que detêm as águas pluviais um determinado tempo e depois vão

devolvendo a mesma em uma vazão pequena de pré-desenvolvimento, de

maneira que não cause enchentes.

Estes reservatórios de detenção podem ser feitos dentro de um lote

de terreno ou podem ser regionais.

Um outro problema são os vertedores das pequenas barragens. As

barragens são dimensionadas com uma abertura chamada vertedor para o

escoamento de grandes chuvas para evitar que a água passe por cima da

mesma causando a ruptura do maciço. Conforme a altura da barragem, o

comprimento, o volume de água armazenada e o risco da população

existente a jusante, são estabelecidos os períodos de retorno que variam de

100anos a 1.000anos para as pequenas barragens.

No caso de rompimento de uma barragem forma-se uma onda de

água de enorme volume, parecida com um Tsunami e deverá ser feito mapa

até onde a onda de enchente poderá chegar e ser distribuído à comunidade

para fuga do local quando avisada pelas autoridades.

Para a quantidade de águas pluviais macrodrenagem deverá o projeto

ser feito para período de retorno de 100anos e o mínimo de 25anos para

microdrenagem.

Guarulhos, 1 de fevereiro de 2010

Plinio Tomaz

Engenheiro civil

pliniotomaz@uol.com.br